25 de janeiro de 2014

Crítica Literária- O Fim Da Inocência


                       Aos olhos do mundo, Inês é a menina perfeita. Frequenta um dos melhores colégios nos arredores de Lisboa e relaciona-se com filhos de embaixadores e presidentes de grandes empresas. Por detrás das aparências, a realidade é outra, e bem distinta. Inês e os seus amigos são consumidores regulares de drogas, participam em arriscados jogos sexuais e utilizam desregradamente a internet, transformando as suas vidas numa espiral marcada pelo descontrolo físico e emocional. 

Francisco Salgueiro dá voz à história real e chocante de uma adolescente portuguesa, contada na primeira pessoa. Um aviso para os pais estarem mais atentos ao que se passa nas suas casas.


Eu decidi requisitar este livro da minha biblioteca escolar, pois toda a gente da minha idade e até alguns adultos estavam loucos a falarem sobre ele. Queria saber o por que de tanta agitação sobre este livro.

Comecei a lê-lo mal saí da biblioteca e logo fui consumido pelo mundo real e verdadeiro da protagonista, Inês. Tenho de ressaltar que toda a história descrita neste livro é real.

O livro começa de uma maneira chocante e acaba de igual forma. Consumi este livro, talvez por ele ser tão cruel, tão verdadeiro, e passado quatro dias, ainda não tenho a certeza. Inês (nome fictício) descreve toda uma vida secreta, escondida dos pais, dos educadores, de toda a gente, menos daqueles que partilham do seu estilo de vida aterrador! Eu sou adolescente, tal como ela, e consegui ser surpreendido por tudo o que fez e o que provocou na sua vida, e que futuramente, com certeza será ou difícil de recordar, ou difícil de esquecer.

A maior parte deste livro fala sobre as relações sexuais, relações com a droga e com o álcool, e tudo é descrito sem qualquer ponta de afecto, talvez porque tudo aquilo que Inês viveu, também se deva à falta de afecto com que esta teve de lidar ao longo do seu crescimento. 

A frequente dúvida sobre este livro é: ''Devo dar a conhecer esta obra aos meus filhos?" "Deve, este livro estar numa biblioteca escolar?"
A minha opinião é sim para as duas perguntas! É óbvio que as crianças do ensino básico 7º/8º ano, não devem ler o livro, pois obviamente não possuem (regra geral) uma maturidade suficiente para compreender tudo aquilo que é dito no livro, no sentido que não seriam alertados pela mensagem que o livro transmite.
Já no caso de adolescentes a partir dos 14 anos por exemplo, eu considero extremamente necessária, a leitura desta obra porque já conseguem perceber e ser alertados pelo livro e pela sua história que afinal é de uma adolescente portuguesa.

A maior parte das vezes que temos acesso a material deste tipo (que transmite uma mensagem tão importante), são obras estrangeiras, e portanto, o leitor ou o destinatário da mensagem, sente-se distante da realidade que afinal está tão próxima, e como tal foi excelente o facto de ter sido publicado uma história, ainda por cima verdadeira, de uma adolescente portuguesa.

Ao longo do livro, somos premiados com um desenrolar chocante da vida desta rapariga, que fizeram uma professora minha ficar quase em choque, e que me fez a mim, não conseguir dormir durante uma noite!

Para finalizar, só me resta dizer que adorei este livro, porque transmite uma mensagem TÃO IMPORTANTE, que foi realmente fantástica a leitura da obra e que estou desejoso de ler o segundo livro, com uma história diferente, chocante, e também verdadeira!

21 de janeiro de 2014

As 6 perguntas literárias mais frequentes

Todas as vezes que as pessoas descobrem a minha obsessão por livros, fazem imensas perguntas e são a essas perguntas que eu hoje vou responder. No inicio ia responder a uma tag literária, mas não encontrei nenhuma que respondesse a estas perguntas directamente, então resolvi fazer eu as perguntas e a respostas.


1- Quantos livros tenho na minha estante?
Bem, acho que tenho uns 106! Talvez tenha poucos mais, mas é por volta disso e foi daí que nasceu o nome do blog.

2- Quantos livros pretendo ler este ano?
Sinceramente não sei muito bem quantos livros pretendo ler este ano. O ano passado não contei os livros que li, por isso não tenho a certeza de quantos conseguirei ler este ano. Talvez uns 50?

3- Uma coisa boa e uma coisa má em ser um leitor assíduo?
Uma coisa boa é com certeza o vocabulário que ganhamos, isso é definitivamente uma coisa boa e também o facto de ao ler um livro escaparmos de algo real e entrarmos num mundo melhor e mais perfeito. Uma coisa má é sem a menor dúvida, o dinheiro que se gasta. Eu gasto tanto dinheiro em livros, e quando entra um novo livro na minha wishlist eu até fico desesperado! Estou a tentar reduzir ao máximo porque ainda tenho muitos livros para ler na estante, mas até quando leio os livros da biblioteca tenho vontade de os comprar!

4-Quantos livros leio por mês em média?
Isso depende muito, existem meses em que leio dois, outros cinco e outros perco a conta! Depende muito se o livro me interessa. Por exemplo, este mês já estou no quarto livro, porque como deu para ver pelas críticas do blog, achei os livros fantásticos! Já estou a acabar o quarto e em breve haverá análise.

5- Livro preferido?
Neste momento, os meus livros preferidos são ''Os homens que odeiam as mulheres'' de Stieg Larsson e '' A rapariga das nove perucas'' de Sophie Van Der Stap.

6- Qual é o meu local preferido de leitura?
Eu prefiro ler na cama, sem sombra de dúvida pois gosto tanto de estar deitado, sentado, e em posições conhecidas por todos os leitores com o meu livrinho e a minha almofada. Não gosto muito de ler na escola, pois nunca estou em ''paz'' para ler e além disso não gosto de levar os livros na mochila pois ficam com as pontas dobradas. Se os livros forem da biblioteca levo-os para todo o sítio (com o devido cuidado, como é óbvio).

E foram estas as 6 perguntas mais frequentes, espero que tenham gostado. Comentem e aguardem a próxima análise literária, disponível em breve, aqui no Rapaz dos 106 Livros



19 de janeiro de 2014

Crítica Literária- Divergente

Na Chicago distópica de Beatrice Prior, a sociedade está dividida em cinco fações, cada uma delas destinada a cultivar uma virtude específica: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência). Numa cerimónia anual, todos os jovens de 16 anos devem decidir a fação a que irão pertencer para o resto das suas vidas. Para Beatrice, a escolha é entre ficar com a sua família... e ser quem realmente é. A sua decisão irá surpreender todos, inclusive a própria jovem.
Durante o competitivo processo de iniciação que se segue, Beatrice decide mudar o nome para Tris e procura descobrir quem são os seus verdadeiros amigos, ao mesmo tempo que se enamora por um rapaz misterioso, que umas vezes a fascina e outras a enfurece. No entanto, Tris também tem um segredo, que nunca contou a ninguém porque poderia colocar a sua vida em perigo. Quando descobre um conflito que ameaça devastar a aparentemente perfeita sociedade em que vive, percebe que o seu segredo pode ser a chave para salvar aqueles que ama... ou acabar por destruí-la.


Comecei a ler Divergente no último dia do ano e acabei-o no dia a seguir. No perturbado início do livro, fiquei um pouco reticente pois algumas coisas não davam para entender na medida em que existiam mudanças de atitude dos personagens a toda a hora, principalmente da protagonista, a Tris, e só vim a descobrir a razão quando descodificaram o significado de ser Divergente. Que apesar de ter muita vontade de vos contar, não o vou fazer.

Divergente começa com Beatrice a realizar um ato pouco vulgar na sua fação, ver-se ao espelho. Na cidade futurista de Chicago, a sociedade está dividida em cinco fações e isto porque há imenso tempo as pessoas condenavam diferentes razões - e todas verdadeiras- para a causa do estado do país/mundo. Quem culpava uma coisa, criava uma fação, quem culpava outra, criava outra fação e assim surgiram os cinco grupos. Os membros de cada fação são ''incentivados'' a agir consoante aquilo que cada fação considera como certo e como adequado e as suas maneiras de pensar e agir são moldadas de acordo com o grupo. 

Quando fazem 16 anos, os jovens são levados para uma cerimónia onde prestam provas e de acordo com os resultados os jovens decidem se querem permanecer na fação onde nasceram, ou ir para outra.  De seguida é realizado um processo de iniciação em cada fação, onde aqueles que não conseguem realizar corretamente todas as provas são tornados sem-facção (correspondente a sem-abrigo)

Pessoalmente eu adorei este livro, principalmente porque conseguimos assistir a um crescimento da personagem principal e porque ao longo do livro vamos descobrindo pormenores que nos deixam boquiabertos e foi isso que me fez ficar maravilhado com esta trilogia. 
Eu gosto de livros onde a pouco e pouco vamos descobrindo o significado das coisas, e onde vamos fazendo descobertas juntamente com a personagem, pois deixem-me dizer que nem a própria Beatrice sabia o que significava ser divergente. Acontece que muitas coisas acontecem durante o livro e portanto existe muita ação.

Ao contrário do que li em muitas análises, eu não consegui encontrar tantas semelhanças em Hunger Games e em Divergent, mas isso é só a minha opinião. Estou completamente arrasado e mal posso esperar pelo filme que penso que sai em Março. Quanto ao segundo livro, está na minha lista de leituras para 2014.

18 de janeiro de 2014

Crítica Literária- A Rapariga das Nove Perucas

Sophie tinha 21 anos quando lhe foi diagnosticado um cancro raro. De um dia para o outro, a sua vida foi reduzida às paredes de um hospital. Mas dentro destas paredes descobriu um mundo novo de batas brancas, de enfermeiras que gostam de falatórios e de médicos sensuais. De quartos partilhados, de perda de cabelo e de lápis para sobrancelhas.
Enquanto as perucas se tornavam parte da nova existência de Sophie, ela foi reclamando um sentido de auto-expressão. Cada uma das nove perucas fá-la sentir-se diferente, dá-lhe uma personalidade diferente, e é por isso que cada uma tem o seu próprio nome: Stella, Sue, Daisy, Blondie, Platina, Oema, Pam, Lydia e Bebé. Há um pouco de Sophie em todas elas, as quais por sua vez revelam tanto quanto escondem.

 

 

Este livro fez-me sentir aquilo que eu não sentia há imenso tempo. Com a leitura desenfreada de histórias fantásticas, perdi-me um pouco na ficção e deixei de ser atraído por livros que contassem algo verdadeiro. ''A Rapariga das Nove Perucas'' foi o livro que me despertou e me disse que não é preciso refugiar-me num livro fantástico para poder refugiar-me do mundo.

Sophie é a autora e a protagonista deste livro. Com cancro aos 21 anos vê-se perdida nas várias perguntas que uma doente oncológica tenta responder ao longo dos inúmeros tratamentos a que é submetida. Depois de começar a perder o cabelo, sente-se a perder a feminilidade e para tentar escapar um pouco da realidade a que está sujeita, coloca-se numa busca desenfreada por perucas, na qual cada uma lhe confere uma personalidade diferente apesar de em todas elas existir um pouco de Sophie.

Ao longo do livro, as perucas tornam-se parte de Sophie e ela vê nisso uma oportunidade para estar junto da realidade do mundo e assim conseguir viver a vida ao máximo e desfrutar de tudo o que lhe aparece. Aos poucos a própria Sophie encara o cancro como um amigo, pois este ensinou-lhe que a vida é para ser vívida e aproveitada de modo a que não nos possamos arrepender de nada do que fizemos, mas sim do que não fizemos.

Este livro trouxe-me uma experiência fantástica e espero que todos os que o possam ler não recusem tal oferta, pois este livro é um mar de experiências humanas, reais e maravilhosas!

A obra conta também com um filme produzido na Alemanha e a autora já deu inúmeras entrevistas para vários países. Só posso acrescentar que este se tornou um dos meus livros preferidos e que estou deliciado com este escritora.

Fiquei intensamente extasiado com este livro!



Aquisições de Janeiro #1

Estas são as primeiras aquisições de Janeiro. Já estava para comprar estes livros há imenso tempo e agora com os saldos da Fnac e da Bertrand, acabei mesmo por comprá-los. 
''O Braço Esquerdo De Deus'' estava a uma promoção fantástica com uma redução de mais ou menos 7 euros, e os dois livros da saga O Poder dos Guardiões estava a um belo preço de 3,5 euros cada livro. Só ao chegar a casa é que me apercebi que tinha comprado o primeiro e o terceiro, mas como é óbvio não tem problema algum já que vou com certeza comprar os restantes.